Luanda - A Rede Girassol, o dispendioso conglomerado de comunicação do partido no poder, é hoje um “elefante branco”. Recebeu do Presidente da República e do MPLA um investimento de cerca de cem milhões de dólares. Foi como deitar dinheiro ao lixo: Resultados nulos. O empreendimento não vingou. Transformou-se num projecto milionário, fantasma e fracassado. João Lourenço está aborrecido. Foi tapeado no seu próprio jardim por aqueles que participaram na construção e gestão do projecto. Ninguém foi responsabilizado. Dinheiro não é problema sério. Tudo fica entre camaradas. Entre o silêncio e a propaganda. Ninguém julga ninguém. Tudo tranquilo. Tudo calmo, relaxado. Sai um pastel de Belém, seguido de um café sem açúcar, para aplacar o nervo miudinho que revolve o estômago.
Fonte: Club-k.net
O conglomerado tinha como objectivo entrar em acção já em 2025, com os olhos postos no próximo congresso do MPLA e nas eleições de 2027. Dinheiro desperdiçado, projecto falhado. Falhou redondamente. A gestão é ineficiente e autoritária. As condições laborais da Rede Girassol degradam-se a olhos vistos. Consequência directa da má gestão política.
A sobrecarga de trabalho, os salários em atraso, o assédio moral e a falta de meios mínimos provam, sem margem para dúvidas, que a Rede Girassol serve mais como instrumento de controlo político do que como empresa de comunicação funcional.
Os administradores gritam com os funcionários, interferem sem domínio na área editorial e promovem os bajuladores. O mérito é secundário. O servilismo é recompensado. A atmosfera no conglomerado de comunicação do partido no poder é nociva à qualidade do Jornalismo que seria suposto, possível e desejável num órgão profissional, mas que, na prática, está capturado por interesses políticos.
O que se vive na Rede Girassol é o reflexo daquilo que se tornou rotina nas estruturas públicas e paraestatais angolanas: Má gestão, abuso de poder, ausência de fiscalização, cultura do medo e nomeações políticas desastrosas. A Redacção Central da Rede Girassol transformou-se num campo de tortura moral e profissional, onde o Jornalismo é sufocado.
Enquanto o mérito for substituído pela bajulação, e os órgãos públicos continuarem a ser tratados como propriedade privada do partido, nenhuma reforma institucional será viável. A administração Lourenço soma mais uma derrota, desta vez, na Comunicação Social. Dinheiro jogado ao lixo. Serventia: Zero! Falando claro: O projecto de propaganda política fracassou. Redondamente.
Com as eleições de 2027 à porta, o Departamento de Informação e Propaganda (DIP) continua em sono profundo. Em estado de coma. Quando acordar, será tarde. Tudo vai ter de ser feito à pressa. O MPLA vai voltar à velha fórmula: Transformar os órgãos públicos na sua bengala eleitoral. A incompetência política secou o terreno. E a Rede Girassol murchou de vez. Esta é a estória de uma flor que secou e morreu.
Com a aproximação das eleições de 2027, é urgente que o País desperte para esta realidade. Não se pode continuar a aceitar que investimentos milionários sejam desperdiçados. Que a Comunicação Social seja refém do servilismo. Que o mérito seja esmagado pela bajulação. A responsabilidade política deve ser exigida. As reformas institucionais impostas com firmeza. Caso contrário, estaremos condenados a repetir ciclos de incompetência e má gestão, enquanto o País murcha à sombra do silêncio e da indiferença. Chegou a hora de exigir transparência. Profissionalismo e respeito pelo cidadão. Sem excepções!